Se dissermos que estamos vivendo uma era de abundância, em que todos os grandes problemas da humanidade estão próximos de ser resolvidos, você acreditaria? Possivelmente não. Ao menos, não até ler o livro “Abundância: O futuro é melhor do que você imagina”, de Peter H. Diamandis e Steven Kotler.
No livro, os autores afirmam que a humanidade está adentrando um período de transformação radical em que a tecnologia tem o potencial de elevar substancialmente os padrões de vida globais. Diamandis e Kotler nos fazem refletir sobre alternativas viáveis para solucionar problemas atuais e a aceitar que “resolver problemas em qualquer lugar, resolve problemas em todos os lugares”.
A tecnologia é um mecanismo de liberação de recursos, e a escassez é, na verdade, apenas um contexto. Desse ponto de vista, algo é escasso apenas até que se desenvolva uma tecnologia que o torne abundante. É por isso que o seu smartphone é, hoje, muito mais poderoso e muito mais acessível do que um super-computador de 60 milhões de dólares vendido nos anos 60. Nos dias atuais temos uma geração de tecno-filantropistas, aquelas pessoas que podem fazer bilhões de dólares apenas com suas informações, alavancando tecnologias para trazer um impacto positivo para o mundo. Tudo isso se dá pelas tecnologias emergentes, que evoluem exponencialmente a cada ano. E é com esta abundância tecnológica que Diamandis e Kotler enumeram o que devemos ter pela frente nas próximas décadas: nove bilhões de pessoas com água limpa, alimentos nutritivos, moradia acessível, educação personalizada, assistência médica de primeira e energia abundante e não poluente.
O primeiro empresário do mundo a aplicar a ideia da linha de montagem em série e, assim criar uma indústria que revolucionou a forma de produzir bens no mundo, foi Henry Ford. Ele faleceu em 1947, como um dos homens mais ricos do planeta, e tinha menos acesso a recursos como eletricidade, água encanada, refrigerados e telecomunicações do que 99% dos americanos que hoje vivem abaixo da linha da pobreza. Em outras palavras, quase todos os pobres dos EUA hoje têm acesso a mais recursos do que o homem mais rico do país tinha há cerca de 50 anos.
No livro, a questão da abundância não é tratada no sentido de carros luxuosos, iates, mansões, ou proporcionar a todos uma vida de luxo. Abundância, aqui, significa proporcionar a todos uma vida de possibilidades e recursos. Essa vida de possibilidades, para os autores, passa primeiro pela sobrevivência básica (água, comida e moradia), depois por três áreas primordiais:
- Energia
- Educação
- Informação/Comunicação
Para eles, essas três áreas combinadas rendem dividendos duplos. A curto prazo, aumentam os padrões de qualidade de vida. A longo prazo, abrem caminho para dois dos maiores criadores de abundância da história: especialização e intercâmbio.
“A energia fornece os meios de realizar trabalho. A educação permite aos trabalhadores se especializarem. A abundância de informação/comunicação, além de promover a especialização (expandindo as oportunidades educacionais), permite aos especialistas o intercâmbio de especialidades, criando assim o que o economista Friedrich Hayek denominou catalaxia: a possibilidade de expansão ilimitada gerada pela divisão de trabalho”, escreve Diamandis.
Por fim, no topo da pirâmide, estão outras duas áreas fundamentais: saúde e liberdade.
Já temos em nossas mãos tecnologia suficiente para fazer qualquer escritor de ficção científica de poucas décadas atrás ficar de queixo caído. O acesso que temos hoje em um smartphone oferece mais recursos de tecnologia do que o Presidente George Bush tinha há 25 anos atrás, comandando a maior nação do planeta ao fim da Guerra Fria. O livro Abundância enumera algumas inovações que já estão acontecendo, como os automóveis inteligentes da Google ou da Tesla, que não precisam de motorista e podem revolucionar o sistema de transportes em pouco tempo; ou como a produção de energia elétrica a partir de algas geneticamente modificadas, 30 vezes mais eficientes do que os biocombustíveis convencionais.
Otimismo é a palavra para o futuro. Para que essa mudança de paradigma ocorra, de fato, e seja acelerada para atingir cada vez mais pessoas, são necessárias drásticas mudanças no sistema educacional. Pensando nisso, Peter Diamandis uniu-se a Ray Kurzweil e fundou, em 2008, a Singularity University, uma universidade voltada para a aplicação de tecnologias exponenciais na resolução de grandes problemas globais. A universidade, que acabou virando praticamente um anexo da Google, estuda sobretudo biotecnologia e bioinformática, sistemas computacionais, redes e sensores, inteligência artificial, robótica, fabricação digital, medicina, e nanotecnologia.
É importante entender e saber que você pode mudar o mundo. Para se sentir motivado e entender como fazê-lo, o primeiro passo é ler “Abundância: O futuro é melhor do que você imagina”.
GPME Expansão e Estruturação de Negócios.
Fonte: Livro “Abundância: O Futuro é Melhor do que Você Imagina – por Peter Diamandis”